Em entrevista ao jornal Correio*, o meia tricolor fala sobre o momento que vive no Bahia e acredita que pode render mais
Carlos Alberto chegou ao clube, escolheu a 19, mas tem responsabilidade de camisa 10. É quase sempre o único armador do time, mas se espera muito mais dele. Suspenso da partida contra o Avaí, o meia terá 15 dias para tratar de uma inflamação no púbis até a partida de sábado, contra o Botafogo. Nesse período, ainda fez dieta, treino físico e perdeu 3kg. Confira a entrevista.
Você é meia, mas ainda não deu passe pra gol. Incomoda? Quem analisa e vê futebol sabe que dentro de uma equipe você cumpre outras funções. Então, existem algumas coisas que são combinadas com nosso treinador. Às vezes você acaba não fazendo o que tá acostumado, mas ajuda de outras formas. O resultado tem sido favorável dentro daquilo que a gente quer. Faltam poucos jogos pra atingir uma segurança de seguir na Série A. Esse é nosso objetivo maior, independentemente de eu dar uma assistência ou fazer um gol. Importante é que agora a gente consegue os três pontos e isso dá tranquilidade. O incômodo no púbis vinha atrapalhando? O púbis é onde se concentra a maior força da gente. Pra arrancar, pra mudar de posição, pra bater na bola. Eu tava fazendo isso com muita dificuldade e agora, fazendo os exercícios na academia, isso tem melhorado. Eu já vinha sofrendo há uns quatro ou cinco jogos, mas como o momento era de doação, a gente tinha que dar um algo mais. Quando pude dar uma parada, eu dei, porque realmente tava complicado. O pessoal me passou o mesmo tratamento do Thiego, acabei fazendo uma infiltração. Agora já estou melhor. Espero poder voltar e ajudar sem nenhuma limitação. O que falta pra você render tudo o que pode? É continuar trabalhando, essas limitações serem resolvidas e procurar ter tranquilidade. Sei que posso dar mais. Não por dedicação, porque me dedicando eu tô no meu máximo. É mais dentro de campo, às vezes uma situação, um chute, uma jogada que dá certo... Isso dá mais confiança. Tem campanha pra você soltar a bola. Concorda que está segurando demais? Já ouvi comentários. Eu entendo assim: o jogador que às vezes segura demais a bola, é porque tem confiança. Se você não tem confiança, realmente solta. Às vezes, dentro do jogo, você acaba bloqueado e você tem que tomar decisões. Acho melhor errar por excesso que por omissão. Suas trancinhas sempre levam as cores do time que você defende. Cadê as do Bahia? Aqui eu não achei gente ainda pra fazer, já procurei. Aqui também tudo é mais longe e não tenho a praticidade que eu tinha em outros lugares. Como a gente fica muito tempo concentrado, não tá sobrando tempo pra fazer muita coisa. Mas assim que tiver uma chance, quem sabe a gente não pode fazer... Os árbitros não marcam todas s faltas que você pede e seu relacionamento com eles não costuma ser bom. Por que isso? Procuro nem falar muito com eles. Já pegaram mais no meu pé, hoje em dia eu vejo que não vai mudar muito. É uma característica do futebol brasileiro. Vejo outros jogadores usando até a arbitragem como recurso, porque eles sabem que o árbitro vai dar alguns lances de falta. Eu converso até com o Diego Souza (Vasco) e o Kléber (Palmeiras), meus amigos, por terem um porte físico maior, eles acabam deixando a jogada ir mais um pouco e a gente acaba sofrendo a falta e não dão por esse estilo de competitivo. Às vezes eu conto até dez, não olho pro árbitro. Infelizmente são eles quem mandam e é uma cultura do Brasil, que na minha opinião é errada. Paciência, tem coisas que a gente tem que aceitar. O que mudou com a chegada do Joel Santana? É difícil comparar métodos de trabalho. Às vezes, acaba encaixando. Os jogadores sempre procuraram dar o máximo com o que René pedia e em alguns momentos deu certo. Agora os resultados estão acontecendo, mas a forma e a intensidade que os jogadores trabalharam e trabalham é a mesma. Isso não mudou. Como você acha que vai ser o jogo contra o Botafogo? Vai ser um jogo difícil, porque o Botafogo joga de uma forma mais ofensiva. O Bahia vem de uma vitória e o Botafogo de uma derrota, então, com certeza eles, que estão na briga pelo título, vão procurar dificultar ao máximo e a gente tem que estar bem atento pra não ser surpreendido. |
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