Ministro: continuar no cargo depende de Dilma

"Eu não comento sobre isso. É uma decisão personalíssima. É de quem comanda o Poder Executivo", diz Orlando Silva




O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse há pouco, em entrevista à imprensa, na Câmara dos Deputados, ao ser indagado se continuará no cargo, que “quem nomeia e exonera ministros é a presidente da República. Função de ministro de Estado é uma função auxiliar e de confiança . Eu não comento sobre isso. É uma decisão personalíssima. É de quem comanda o Poder Executivo”.

O ministro conversou com os jornalistas após participar de audiência pública na comissão especial da que analisa o Projeto da Lei Geral da Copa do Mundo, enviado pelo governo. A audiência durou quatro horas. Ele se queixou de ter sofrido ataques da oposição que “beiraram à histeria”, cobrando sua demissão devido às acusações de corrupção publicadas na imprensa paulista nos últimos dias.

O ministro insistiu na sua inocência e atribuiu as acusações ao fato de ter mandado apurar irregularidades em convênios assinados pelo ministério, justamente o mesmo problema levantado nas denúncias contra ele. Mesmo com a abertura de investigação a seu respeito no STF (Supremo Tribunal Federal), com a aceitação da denúncia formulada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Orlando Silva rebateu as acusações.

“Estou muito tranquilo. Tenho a serenidade dos justos. Por isso impetrei uma ação que será a base de um processo de calúnia envolvendo seus acusadores. Eu solicitei ao ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] que se apure os fatos noticiados naquela revista [Veja], assim como pedi à apuração da Comissão de Ética [da Presidência da República]”, disse.

O ministro também ressaltou ter sido sua a iniciativa de abrir mão dos sigilos bancário, fiscal e telefônico. E também de vir a comissões da Câmara e do Senado, na semana passada, para se defender das denúncias.

Orlando Silva declarou ainda que as denúncias contra ele são parte de uma campanha para desestabilizar seu trabalho no ministério e não importa que não haja provas contra ele, mas não vai transigir para reparar sua honra e processar seus acusadores, “pois meus detratores são aqueles contra os quais eu luto para reaver dinheiro desviado do ministério”.

Orlando Silva disse que também agirá em defesa do seu partido, o PCdoB, que também foi atingido pelas denúncias. Ressaltou que o seu trabalho segue no Ministério do Esporte e que sua equipe está empenhada em manter as atividades em andamento normal.

O caso
De acordo com uma reportagem da revista "Veja", o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) teria organizado uma estrutura dentro da pasta com o objetivo de desviar dinheiro público usando ONGs como fachada. Orlando Silva, ministro do Esporte, é apontado na matéria como mentor e beneficiário do esquema.

A denúncia faz parte de entrevista concedida à publicação pelo policial militar João Dias Ferreira, preso ano passado acusado de desviar dinheiro do programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar a prática esportiva entre crianças carentes.

Dias revela detalhes do esquema que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões nos últimos oito anos. De acordo com o militar, as ONGs só recebiam os recursos caso pagassem uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. João Dias revela ainda que Orlando Silva - na época, secretário executivo da pasta - chegou a receber dinheiro vivo, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério do Esporte.

Em uma entrevista, o ministro rebateu as acusações. “Tenho certeza de que ficará claro que tudo o que ele [Ferreira] diz são calúnias”, disse.
 
 
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