Bahia:Comércio é o bairro com ar mais poluído de Salvador, aponta pesquisa

Pioneira na cidade, a pesquisa avaliou a presença de elementos tóxicos em sete regiões de Salvador




Quem trabalha, estuda ou mesmo circula pelo Comércio já deve estar acostumado com o tráfego, mas talvez nem perceba que está num dos locais mais poluídos de Salvador. Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o bairro é o que possui o ar mais poluído da capital baiana. O intenso tráfego de veículos, o porto de Salvador e a topografia de paredões de prédio são os responsáveis pela poluição na área.

Pioneira na cidade, a pesquisa avaliou a presença de elementos tóxicos em sete regiões de Salvador: Subúrbio Ferroviário, Comércio, Brotas, Dique, Pituba, Barra e Stella Maris. Os resultados do estudo podem ser visualizados pela população em algumas avenidas da capital através de miniestações de monitoramento do ar que informam sobre a qualidade do ar.

Além da poluição no Comércio, foram registradas concentrações mais acentuadas de chumbo no bairro da Pituba, durante o verão, e de cádmio na Barra e em Stella Maris. Surpresa na pesquisa, o alto registro de cádmio em Stella Maris pode estar relacionado com a proximidade ao aeroporto, já que o combustível utilizado pelas aeronaves contém o elemento na sua composição. O bairro do Comércio se destacou pela concentração equilibrada dos diversos elementos analisados.

Bromélias
Para realizar o biomonitoramento do ar, os pesquisadores utilizaram uma espécie de bromélia, conhecida como barba-de-velho, que verificou a concentração de cinco elementos considerados extremamente tóxicos – chumbo, cromo, cádmio, cobre e zinco. Com uma raiz que serve apenas para fixar-se no solo, as bromélias retiram todos os nutrientes que necessitam do ar.

Colocadas a 2,5 metros de altura, para absorver os componentes que poderiam ser inalados pelas pessoas, as plantas ficaram expostas durante 90 dias por ano, entre 2006 e 2008, divididas nas estações verão e inverno. O método é considerado eficiente e de baixo custo.

“A intenção não era mostrar somente um retrato da cidade, mas fornecer dados para políticas públicas que mitiguem de alguma forma esse impacto”, afirma a coordenadora da pesquisa em Salvador, a farmacêutica Nelzair Vianna, da Secretaria Municipal de Saúde. Apesar de satisfeita com o passo que foi dado devido à sua pesquisa, a farmacêutica alerta para a necessidade de mudanças mais efetivas. “Não é só melhorar o combustível utilizado, mas também o transporte público. Nós esperamos que a poluição seja vigiada pelo poder público”, diz.

O próximo passo da pesquisa será avaliar o risco da presença desses metais, relacionando os danos à saúde provocados por esses elementos e a população soteropolitana. Com informações da Agência de Notícias Ciência e Cultura da Ufba.
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