Protesto pede rigor com Lei Maria da Penha
Cerca de 150 pessoas ligadas a movimentos
de defesa dos direitos das mulheres participaram,
no início da tarde, de um protesto em frente
ao TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para
pedir a criação de mais juizados especializados
em violência doméstica e mais rigor na aplicação da
Lei Maria da Penha, que criminaliza esse tipo
de violência. As mais de 20 entidades que organizaram
a manifestação escolheram a data em função
do aniversário da lei, que completa cinco
anos no próximo domingo (7).
“São Paulo é a maior cidade do país, com mais
de 11 milhões de pessoas, e temos
apenas um Juizado de Violência Doméstica que,
além não ser suficiente para atender a
demanda, não está constituído de acordo com a lei.
Atende apenas a questões criminais e não presta os
serviços de assistência psicossocial que a lei
prevê”, explicou Amelinha Teles, militante de
direitos humanos e coordenadora das
Promotoras Legais Populares.
Na manifestação, parentes de vítimas de violência
doméstica usaram o microfone para
relatar as próprias experiências e ressaltar a
importância da participação do Estado nessa causa.
“Em São Paulo, apenas a Delegacia da Mulher do
centro funciona 24 horas, as demais trabalham
de segunda à sexta, até as 17h.
Uma mulher agredida fora desse horário e que
more longe do centro não tem a quem recorrer, pois
as delegacias tradicionais não atendem a esse tipo
de caso”, reclamou Maria Iraneide de Matos, militante do
Promotoras Legais Populares. No protesto, correu um
abaixo assinado que pede que todas as delegacias
de atendimento à mulher fiquem abertas 24 horas.
Clara Charf, presidente da Associação Mulheres
pela Paz, espera que a Justiça seja mais ágil no trato dos
casos de violência doméstica e mais rigorosa com os
agressores. “Não podemos aceitar a violência e temos
os direitos garantidos por lei. Estamos aqui para
exigir que o Judiciário faça o que tem que fazer
e não deixe mais mulheres serem assassinadas”.
Postar um comentário